Os
homens célebres visitam a cidade.
Obrigatoriamente
exaltam a paisagem.
Alguns
se arriscam no Mangue,
outros
se limitam ao Pão de Açúcar,
mas
somente Georges Duhamel
passou
a manhã inteira no meu quintal.
Ou
antes, no quintal vizinho do meu quintal.
Sentado
na pedra, espiando os mamoeiros,
conversava
com eminente neurologista.
Houve
uma hora em que ele se levantou
(em
meio a erudita dissertação científica).
Ia,
talvez, confiar a mensagem da Europa
aos
corações cativos da jovem América...
Mas
apontou apenas para a vertical
e
pediu ce cocasse fruit jaune.
Carlos Drummond de Andrade
Análise
Neste
poema, Carlos Drummond faz uma ironia ao escritor, poeta e pesquisador francês
Georges Duhamel, em 1884, Duhamel sempre foi mais ligado na parte ‘coração’ do
ser humano em meio ao grande período de desenvolvimento científico que
acontecia no mundo.
A ironia acontece quando ele ao invés de
fazer grandes pesquisas pelo país, se rende a uma árvore e ficar por horas
observando-a, e ao final pede uma fruta amarela (‘’ce cocasse fruit jaune’’),
porque assim como diz o titulo (‘’LA
POSSESSION DU MONDE’’), teria o mundo em suas mãos.
(Alunas: Mirelle e Juliene).
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