quinta-feira, 5 de setembro de 2013

La Possession du monde




Os homens célebres visitam a cidade.
Obrigatoriamente exaltam a paisagem.
Alguns se arriscam no Mangue,
outros se limitam ao Pão de Açúcar,
mas somente Georges Duhamel
passou a manhã inteira no meu quintal.
Ou antes, no quintal vizinho do meu quintal.
Sentado na pedra, espiando os mamoeiros,
conversava com eminente neurologista.

Houve uma hora em que ele se levantou
(em meio a erudita dissertação científica).
Ia, talvez, confiar a mensagem da Europa
aos corações cativos da jovem América...
Mas apontou apenas para a vertical
e pediu ce cocasse fruit jaune.

Carlos Drummond de Andrade
Análise
Neste poema, Carlos Drummond faz uma ironia ao escritor, poeta e pesquisador francês Georges Duhamel, em 1884, Duhamel sempre foi mais ligado na parte ‘coração’ do ser humano em meio ao grande período de desenvolvimento científico que acontecia no mundo.
A ironia acontece quando ele ao invés de fazer grandes pesquisas pelo país, se rende a uma árvore e ficar por horas observando-a, e ao final pede uma fruta amarela (‘’ce cocasse fruit jaune’’), porque assim como diz o titulo (‘’LA POSSESSION DU MONDE’’), teria o mundo em suas mãos. 

(Alunas: Mirelle e Juliene).

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